Talvez, muito provavelmente o último relato desse ano.
Para quem sempre sofreu de solidão, esse ano me descobri terrivelmente viciado nela. E uma inexorável verdade. Solidão vicia. Quem aprende a apreciar o silêncio adquire um vício muito difícil de largar.
Eu sempre afirmei que nós humanos somos criaturas sociais, mas a coletividade não faz sentido algum sem a singularidade. A coletividade só faz sentido quando cada uma das suas entidades singulares possui algo para trocar. É dessa troca que a coletividade se enriquece, de outro modo, a coletividade se torna apenas uma singularidade de muitos que com o tempo passam a depender uns dos outros para mal e porcamente conseguir ser um só.
A solidão é necessária para o nosso desenvolvimento. Sem ela somos incapazes de realizar atividades como a reflexão, por exemplo. Somente quando estamos a só podemos refletir sobre toda a experiência adquirida, entre outras coisas, da troca com a coletividade.
A solidão é o verdadeiro momento onde criamos coisas novas, é por isso que o início da criação é em geral atribuído a apenas um Deus.
A solidão é aquilo que, por contraste, nos permite atribuir valor a todas as coletividades, a todas as particularidades, a todas as diferenças; talvez não vivêssemos em um mundo com tantas guerras se aprendêssemos a ser mais sozinhos.
É através dos momentos de solidão que o homem aprende a aceitar melhor a si mesmo, aprende a importância de partilhar e de ter com quem partilhar. É assim que o homem pode aprende a importância do outro, aquele que para ser, por princípio, não é igual a você.
O homem tem muito que aprender sobre ser sozinho antes de aprender a conviver em sociedade. Isso é independência, respeito e responsabilidade. É por isso que para esse novo ano que começa eu desejo a mim e a todos os homens que tenham um pouco mais de solidão.
[]’s e um feliz 2007!
Breaking the Silence
Há uma semana
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