Não, não estou puto da vida, não levei mais um fora que me fez rolar por três meses, não aconteceu nada de mal, nada de ruim. Em fato nunca estive tão lúcido. Vou contar uma historinha, ela começa com um garoto frágil e sensível, que só queria agradar de todas as formas às mulheres. Não posso dizer que ele tenha aprendido tudo o que havia para ser aprendido, estava bem longe disso, mas ele aprendeu bastante, digamos que ele tenha aprendido quase o suficiente. Incrivelmente este garoto nunca deu muita sorte no quesito relacionamentos, engraçado não? Pois é, creio que o mais engraçado é que as pessoas que se aproximavam sempre o faziam seduzidas por duas imagens que na verdade não existiam, o anjo e o demônio. Mas o anjo era bonzinho demais, e como tudo o que é muito doce, ele causava satisfação e enjôo para não falar no medo de se estragar algo belo. O demônio, bem esse era bem visível, mas sempre ficara lá dentro e raramente saia para dar umas voltas. Entretanto, as pessoas que viam o demônio corriam para ele extasiadas com sua presença.
O irônico era isso o garoto ser as duas coisas e não ser nenhuma. Engraçado terem sempre o visto como o amante perfeito, mas um péssimo namorado, engraçado olharem para ele e verem nele aquele ar de cafajeste que ele sabia ter no sangue, mas queria a todo custo negar. O garoto era muito bom com uma coisa, sabia ler as pessoas de trás para frente, ele sabia olhar nos olhos de uma mulher saber exatamente o que ela queria ou não, mas pecava em uma coisa, nunca quis machucar ninguém, morria de medo disso. Pois que o tempo passou e pensando em todas as oportunidades perdidas e na vida que havia pela frente o garoto percebeu o seguinte: “Não arriscar nada é arriscar tudo”. Chega de medos, chega de proteções infindáveis que no fundo só lhe roubam a agilidade, chega de porquês e mas. Chega. A verdade é que a vida é uma só e se ficamos cheios de dedos para fazer as coisas, acabamos sem fazer nada. Isso não significa tocar o f0d4-s3 e machucar todo mundo, mas dar às pessoas a opção de viverem suas vidas e arriscarem o quanto estão dispostas. Não se trata de enganar ninguém, muito pelo contrário, trata-se da verdade mais absoluta, aquela que o garoto negou por todo esse tempo, mas que nunca seria feliz se não tentasse libertá-la. No fundo, somos o que somos, nada mais e nada menos.
Little, Big
Há 2 meses
Nenhum comentário:
Postar um comentário