sexta-feira, fevereiro 18, 2005

Intelegophobos

Enquanto eu não termino o próximo conto que pretendo publicar (o que espero fazer ainda hoje), resolvi publicar uma observação sobre algo que tem se tornado comum. Comecei a reparar que algumas das pessoas com quem eu convivo indiretamente no trabalho começaram a fazer brincadeiras repetitivas e não muito inocentes sobre a minha inteligência. A princípio eu parei para pensar se não estava sendo metido, mas, salvo exceções, eu até evito admitir minha inteligência publicamente. Desde que me lembro, me sinto incomodado assumindo isso e nunca me agradou a possibilidade de estar sendo arrogante. Quer dizer, não é de hoje esse tipo de coisa acontece e não é um caso isolado, não é só aqui e agora ou eu não sentiria a necessidade recorrente de adotar um comportamento defensivo. Como eu sempre fui cuidadoso com isso, descartei a hipótese e depois de uma breve conversa ao telefone com o Hospitalário, cheguei à conclusão de que as pessoas se ofendem com a inteligência alheia. E eu que acreditava, como a Dríade, que só o Colégio era a sucursal do inferno... não estamos assim tão livres do darwinismo social. Eu já estava incorrendo no erro de acreditar que adolescência difícil não era justificativa para absolutamente nada, afinal todo mundo que eu conheço têm. Mas a Lica-chan me lembrou que a vida das pessoas com quem eu ando foi um inferno, porque também existem as pessoas que tornavam um inferno a nossa vida. Eu esqueci que nós fazíamos parte do “grupo dos excluídos”. Quer dizer, pelo visto, ainda fazemos. Tudo isso lembra muito Malcom X e Martin Luther King. E eu me pergunto: Algum dia deixaremos de ser xenófobos?

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