quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Comia, comia e comia

Tive um sonho. Sonhei que eu repentinamente começava a viver muito, muito infeliz. A infelicidade era tanta que eu não era capaz de sentir prazer com nada. Então, em uma tentativa desesperada de obter alguma felicidade, eu começava a comer sem parar. Tudo aquilo que eu fazia, fazia comendo: se eu estava ao computador, comia; se eu andava, comia; se eu dormia, estava abraçado a um pacote de bolachas ou qualquer outra coisa comestível que se espalhava pela cama a minha volta. E a cada vez que eu passava por um espelho via meu reflexo cada vez mais gordo.
Dado momento, cada vez mais espantado ao ser surpreendido pelo meu reflexo parei e continuei observar um espelho. E para a minha surpresa comecei a inchar e inchar, engordando mais e mais. Minhas roupas rasgaram diante de meus olhos numa fútil tentativa de conter o meu imenso corpanzil. Ainda assim eu continuava a assistir, incapaz de desviar os meus olhos, até o momento em que eu explodi.
Suando frio eu acordei espantado olhando ao meu redor e, ao me deparar com a minha imagem refletida em um espelho vi que nada havia acontecido, porém uma pergunta não me fugia à mente: Se não podemos bebê-la, comê-la, metê-la ou comprá-la, resta apenas esperar que a felicidade surja?

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