quinta-feira, setembro 09, 2004

Perdidos na tarde

Existe um sentimento que se abate sobre o coração dos homens em determinados dias, em determinadas tardes. É um sentimento como o por do sol, com cores vibrantes e um céu pintado de um material que não se sabe bem o que. É o mesmo que se sente entre as árvores de um bosque, em pleno silêncio em um canto afastado do mundo, onde se percebe que não existe o silêncio puro, mas a melodia das folhas e da natureza. Tem algo haver com a o calafrio extasiante que percorre nossos corpos ao pisarmos em folhas secas e com a brisa que nos refresca levemente em uma tarde de verão. Certas mulheres conseguem nos dar esta sensação, de que perdido em uma sala de cimento escuro no começo da tarde, preso há uma máquina de metal e plástico, um suspiro percorra o corpo e nossa boca lembre vigorosamente o sabor de um beijo com desejo e vontade. Uma saudade de algo que possa nunca ter acontecido. Basta sentir o aroma suave que desfila no ar com sua passagem, basta ver um arquear de lábios, ouvir um riso perdido. Bastam tão poucas coisas... Apenas a sensação de sua presença. Apenas um encontro de olhares, a leveza de um toque, a beleza de um sorriso. Ah! Soubessem elas o tremor que causam, as palpitações, os sonhos... E enquanto isso permanecemos aqui. Ocultos do mundo, distantes da luz do dia, fora da vida e longe de mais de tudo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário