domingo, junho 12, 2005

Inconsistência

Hoje, por alguns momentos logo que me levantei, quase não me lembrei ser o dia dos namorados. Dia dos namorados... hunf... Acho que absorvi as idéias de uma velha amiga minha contra esse dia. Foram alguns poucos instantes de felicidade até me lembrar do dia de hoje e exercer o meu humor tipicamente canceriano.
Não é um dia muito bom esse, me faz lembrar de outras dessas datas que se restringem a fatos, como aniversários de namoro. Um dia eu gostei muito de aniversários de namoro, não por pieguice, apenas por que me divertia com isso. Hoje adquiri um certo pavor da idéia, não gosto nem de pensar no assunto porque algumas pessoas vêem essas ocasiões como doença, vislumbre... e porque não dizer como gnomos? Sim, gnomos, frutos de uma imaginação fértil em busca de uma manifestação encantada da realidade... essas coisas que satisfazem perguntas sobre quem somos e de onde viemos e sobre as quais as pessoas tem uma obsessão. Pessoalmente prefiro não dizer o que penso sobre gnomos, já tive minha cota deles na vida, nada contra, apenas prefiro pensar em ações físicas e mais ordinárias para resolver os meus problemas. Acho que isso me matou o gosto por essas ocasiões, essa capacidade humana de enxergar “o mal” em tudo que existe, que mesmo quando ignoradamente manifesta sempre se vê um fundinho lá no canto dos olhos (e da qual, infelizmente, eu também não sou isento).
Quando eu penso no dia dos namorados não consigo um bom motivo para comemorá-lo, embora eu não adore a cultura estadunidense, penso que o Valentine’s day é melhor nisso, pois ao comemorar também as amizades acaba sendo uma comemoração do afeto humano. De qualquer forma não estamos nos EUA, eu só devo ver os meus melhores amigos daqui a uns quinze dias e as minhas tentativas de aumentar o meu número de amizades tem sido no mínimo frustrantes. E pensando diretamente no assunto, eu sou impossível de se namorar, as pessoas consideram meus gostos estranhos, minhas idéias chocantes, meus atos provocantes. Lembro até de uma garota que me disse que eu sou melhor amante do que namorado. Acho que ela esta certa, sou melhor diversão para uma noite do que para um inverno. Moral da história o dia fica assim, com essa cara estranha, uma espécie de lembrança ridícula da quantidade de relacionamentos malfadados que tive (aos quais somam-se numerosas amizades) e da minha inconsistência como objeto de namoro. Eu nem sei porque ainda fico me lembrando disso já que vai ser só mais um dia trancado em casa no computador, o que acontece todos os dias...

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