segunda-feira, julho 12, 2004

Montanha Russa

A excitação começa e você entra na fila. A fila é grande, cheia de pessoas de todos os tipos. Logo você vai se aproximando do brinquedo e, como uma formiga, fica sob sua sombra que se estende em direção ao infinito. As possibilidades são enormes, o medo toma conta. Você pensa em voltar, mas está no meio da fila e apesar das batidas fortes dentro do peito e do medo de cair de novo, você pensa: que mal há? Então sobe abordo do carrinho e se deixa levar. O carrinho dá um tranco e sobe lentamente engatado por uma corrente, os primeiros momentos são sempre carregados de tensão. O carrinho chega ao topo ao mesmo tempo em que o ar do seu pulmão acaba, e o temor dança friamente em seu estomago em um momento que parece durar para sempre, exatamente por ser um instante tão pequeno, exatamente por acabar tão depressa. Então, ao se dar conta, você já está descendo vertiginosamente e no segundo em que o carro termina a primeira curva você quer mais, você quer que aquele momento não termine e ele acaba por passar mais e mais rápido. Quando o carrinho estaciona no final da plataforma você quer subir de novo, extasiado, mas contempla a grande fila oculta na sombra e que como você, não quer que a alegria acabe.
Este feriado foi incrível, um dos melhores e mais divertidos dos últimos tempos. Aliás, devo agradecer a Fada que vem me apresentando pessoas incríveis, fabulosamente inteligentes, boas e extremamente virtuosas! Fada, como você conseguiu passar tanto tempo longe dos seus amigos? Eles são pessoas excepcionais, únicas!
Uma das melhores coisas foi a naturalidade com que se sucederam os acontecimentos, quando vi estava fazendo coisas que eu planejei há anos sem nunca concretizar, coisas que sempre desejei, que sempre fizeram parte de mim. Um das coisas mais tristes que podem acontecer a alguém é se anular diante de outras pessoas. Às vezes isso acontece sem que nos demos conta. Eu reencontrei coisas e conheci pessoas que agora fazem parte da minha alma. Claro que as pessoas diferentes também fazem parte e isso dá certo gosto ao mundo, o ser humano necessita do contraste. Neste final de semana eu me peguei fazendo um pouco de tudo aquilo que mais gosto e de forma natural, sem ter que lutar com ninguém para conseguir isso. Foi tudo crescendo e ficando cada vez melhor, mais divertido. No final eu me senti como a criança que sobe a montanha russa e, quando o carro chega no final, quer ir novamente. (Mas até o final de semana que vem vou ter que enfrentar a fila!).

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