quarta-feira, agosto 18, 2004

Ontem...

Existe um tipo de solidão diferente do habitual, ela se refere a sentirmo-nos sós quando estamos em meio a uma grande multidão.
O elfo singrava pela floresta rasgando o chão de pedras em direção ao local onde, diziam, encontraria o que buscava. Diversos olhos observavam atentos a uma curta distância física, mas a uma grande distância psicológica. Ele seguiu sem dar muita atenção ao fato de estar sendo tão observado, entregava-se a sensação de liberdade proporcionada pelo contato com Valentyne e ignorava o fato que atraia a curiosidade de outros sobre a sua pessoa. É verdade que a princípio teve receio de voar por entre as matas de pedra. Teve medo de que bandoleiros o abordassem, de se sentir acuado, de não ser ágil o bastante. Teve muitos medos. Todos infundados. A agilidade do elfo continuava tão extraordinária quanto sempre fora, mesmo depois que os ratos...
O elfo sabia exatamente para onde estava indo, de fato, já estivera no local uma vez. Sabia exatamente a dimensão dos poderes que estava evocando, tivera a oportunidade de ver estes poderes em ação pelo menos duas vezes e sabia que estes poderes poderiam tanto resolver os seus problemas quanto gerar outros piores. Poderes muito grandes, tão grandes quanto perigosos... Chegara ao local muito cedo, mas fôra rapidamente conduzido pelo arauto a uma sala de espera onde permaneceu por um tempo infinitamente menor do que ele havia previsto.
Encontrou com a Pixie que estava de passagem por ali e teve de falar muito rapidamente com ela, pois a arauto não tardou a se aproximar falando femininamente em um tom um tanto solene.
_ Vamos, a flautista irá lhe receber agora.
Em um movimento rápido e um pouco descordenado o elfo apresentou a Valentyne à Pixie e combinou de vê-la depois que falasse com a flautista.
O que se seguiu logo após isso é muito difícil de se descrever.O elfo entrou no salão aonde a flautista indicara-lhe um lugar para sentar. Não sabia quais cores estava de fato enxergando, mas tinha a impressão de que as roupas da flautista emitiam um leve brilho amarelado. Seus olhos, duas ônix perfeitamente redondas, observavam-no atentamente radiando um brilho sinistro e, a princípio, um pouco desconfortante. O elfo falou por um longo tempo antes que a flautista se pronunciasse. Depois que tudo havia sido esclarecido acordaram um alto preço. Mas o elfo já estava consciente disso, faria qualquer coisa para se livrar dos ratos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário